A terra do sol nascente na
margem direita do Tibagi
Assaí -PR
Assaí -PR
Assaí, a primeira colonização planejada na margem
direita do Tibagi, começa em 1932, financiada pelos governos central e
provinciais do Japão e conduzida pela Brasil Takushoku Kumiai, ou Sociedade
Colonizadora do Brasil – Bratac.
Em 1.º de maio de 1932 o gerente,
Miyuki Saito, o contador e três operários brasileiros alargam um pedaço da
estrada Jataí-São Jerônimo. É o lugar para o escritório, marco inicial da Colônia
Três Barras, por situar-se na antiga
Fazenda Três Barras (município de São Jerônimo), mas que terá outro nome em
1936 —
Assaí, “terra do sol nascente”.
O empreendimento consiste em 18.340
alqueires divididos em pequenos lotes, reservados preferencialmente a
imigrantes há mais tempo no Brasil. Equipe chefiada pelo topógrafo Massakiti
Tomita faz a demarcação e os primeiros lotes são ocupados ainda em 1932 por
Massayuki Tsumoto, Yukito Iwata, Rokuiti Funada, Tôo Ishikawa, Shozaemon
Moriya, Utaro Katsuda, Tomotada Ikeda, Itisuke Nishimura, Tokujiro Tsutsui e
Junzo Nagai.
Naturalmente sob o signo do café,
especialização dos pioneiros desde o colonato em fazendas no Estado de São
Paulo. Em 1934, porém, Heiju Akagui revela o resultado da primeira experiência
com algodão: 360 arrobas por alqueire. Presumia-se que a terra roxa fosse
imprópria à cultura. Já em 1935 a Associação dos Agricultores de Três Barras
tem 217 sócios e faz a primeira exposição de produtos em geral. E 11 deles
recebem a medalha de ouro na Exposição do Algodão em Curitiba.
Na década de 1970, o Paraná é o maior produtor nacional de algodão,
participação de 34%. E Assaí, a capital do algodão. O Governo do Estado
oficializou a Microrregião Homogênea Algodoeira de Assaí, com 2.239 km² em sete municípios.
Com apenas 7,2% da área ocupada pela cultura no Estado, a microrregião representa 17,5% da produção em 1975. E aumenta a área para 13,2% em 1980.
Assaí, Jataizinho,
Rancho Alegre, Santa Cecília do Pavão, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da
Amoreira e Uraí compunham a microrregião. O algodão manteve número elevado de
arrendatários e porcenteiros, famílias o produziam até em quintais urbanos, e
motivou invasões de terras indígenas. O ciclo terminou na década 80, com a
crescente entrada de produtos têxteis chineses.
Elo com o Japão
e marca nacional
À exceção do delegado de polícia e do
coletor de rendas, uma comunidade inteiramente japonesa nos primórdios e que
mudou o nome de Três Barras para Assaí, cujo significado é sol da manhã
em japonês. Sugestão de Kaito Ussui, novo gerente da colonização. Mas o
patrimônio era conhecido também por Assahiland
=
“terra do sol nascente”, que aparece em talões de notas de
estabelecimentos comerciais.
Oficializa-se Assaí em 20 de outubro
de 1936, com a elevação a distrito. Em 1939, o desenvolvimento agrícola,
industrial e comercial em Assaí já é o maior fator de rendas no município de
São Jerônimo. E os distrito chega a 1941 com 8.600 habitantes, ocupados 14.8000
alqueires.
Criado em 30 de dezembro de 1943, o
município de Assaí é instalado em 28 de janeiro de 1945, com a posse do
primeiro prefeito, major José Scheleder.
Com a agricultura
mecanizada e as oportunidades de trabalho até no Japão, Assaí perdeu 43% da
população. De 30 mil habitantes em 1970, diminuiu para 16.300 atualmente. Os
nipo-brasileiros são minoria e já não há um japonês puro de origem. A mais
notável caracterização cultural, porém, permanece nipônica.
E o nome virou
marca nacional: a Rede Assaí de Atacado, fundada por Rodolfo Nagai em São Paulo
na década de 70. Ele pôs o nome em homenagem ao pai, Junzo Nagai, um dos
fundadores de Assaí. Entre 2007 e 2009, a rede Assaí frequentou o noticiário
econômico, ao ser vendida ao grupo Pão de Açúcar por 378 milhões de reais.
Em 2013, o grupo anunciou que abrirá entre 12 e 15 lojas com a bandeira
Assaí até o fim do ano. Com isso, introduzirá a marca em em sete Estados.