Cidade: Tibagi - PR
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
No sudeste e
no centro
nascem os
maiores rios - Widson Schwartz
O Tibagi é o
terceiro principal rio na bacia do Paraná, em que o Iguaçu é o maior do Estado.
Com 900 quilômetros, faz divisa com Santa Catarina e sua bacia atinge 70.800 km², dos quais 57.300 no Paraná. Nasce a sudeste,
no planalto de Curitiba, recebe 240 afluentes e sua largura máxima é de 1.200
metros acima das cataratas, a oeste.
Navegável em apenas
239 quilômetros, o Iguaçu é grande gerador de energia, com quatro hidrelétricas.
O Iguaçu mede 1.200 metros de largura acima das cataratas.
Com vinte saltos
principais nominados, as Cataratas do Iguaçu são 272 quedas que formam uma
única frente quando o rio está cheio, de 2.700 metros de largura, dos quais 800
no Brasil e 1.900 na Argentina, constatou o geólogo Reinhard Maack. Iguaçu é
mais uma expressão tupi-guarani que
significa “grande rio”.
O segundo rio paranaense mais extenso é o
Ivaí: 685 quilômetros. Nasce no centro do Estado e corre para noroeste,
até desembocar no Paraná. A tradução do nome é
“rio das frutas”, do tupi-guarani. Tem mais de 100 afluentes numa área –
ou bacia – de 35.845 km² e impressiona, também, pela quantidade de saltos e
corredeiras, que inviabilizam a navegação. Em termos de hidrovia, embarcações
de 15 toneladas seriam permitidas em apenas 235 quilômetros.
Ao longo do Ivaí
existiram uma comunidade espanhola, Vila Rica do Espírito Santo, e duas
reduções jesuíticas, que o bandeirante caçador de índios Manuel Preto destruiu
em 1631. O Ivaí começa na divisa de Pitanga e Cândido de Abreu e sua foz (no
Paraná) situa-se entre Porto Camargo e o
Pontal do Tigre, município de Icaraíma.
Com 484 quilômetros
de extensão e bacia de 23.431 km², o Piquiri – rio dos piquiras ou dos peixinhos
– é o quarto mais importante, inteiramente no interior. Nasce no centro-sul,
entre Campina do Simão e Turvo; recebe mais de 60 afluentes e deságua no
Paraná, em Terra Roxa do Oeste.
Pouco abaixo da foz
do Piquiri, na margem esquerda do Paraná, o arqueólogo Igor Chmyz, da Universidade
Federal do Paraná, constatou as ruínas de Ciudad Real del Guairá, construída pelos
espanhóis em 1557 e destruída por Manuel Preto em 1632. Chmyz fez a prospecção
entre 1958 e 1965, recolheu materiais e pôde reconstituir graficamente a planta
da cidade. Segundo a história, houve a exploração da Mina de Ferro Tambo,
na margem direita do Piquiri hoje município de Ubiratã, supostamente
relacionada a Ciudad Real del Guairá.
O
Paranapanema
Nasce na Serra do
Paranapiacaba, ao sul de São Paulo, e faz divisa com o norte/noroeste do Paraná
a partir do ponto em que recebe o Itararé. São 393 quilômetros até a foz no
Paraná e sua bacia na margem esquerda (paranaense) abrange 55.500 km².
Na margem paranaense
os jesuítas estabeleceram as primeiras reduções na região do Guairá, em 1610.
Nossa Senhora de Loreto e Santo Inácio Menor, abaixo da foz do Tibagi. Com
escolas e igrejas melhores do que as de Assunção, então a capital da Província
no domínio espanhol, as reduções no Paranapanema reuniram oito mil índios,
entre os quais artesãos, agricultores e músicos. Foram abandonadas em 1631,
quando era inevitável o ataque de Manuel Preto.
As duas reduções
abrigavam também fugitivos das que haviam sido destruídas e foram abandonadas
por cerca de 12 mil índios e sete
jesuítas, que escaparam em 700 balsas e muitas canoas.
Na foz do Tibagi o
Paranapanema já se alargou de 123 metros para 350. É navegável somente abaixo
do Tibagi e tem a largura máxima, 820 metros, em Santo Inácio, onde é dividido
por ilhas. Adiante estreita-se para 600 metros. Vinte cachoeiras e corredeiras
se distribuem pelo curso e o governo paulista construiu cinco hidrelétricas. Do
tupi-guarani, paraná significa “rio grande”; panema quer dizer “inútil”.
“Grande rio inútil”, porque os povoadores da Capitania de São Paulo não viam
potencial econômico na bacia, comparada à do Tietê. Supõe-se que seja uma lenda.
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