quarta-feira, 12 de junho de 2013

Indústria vai atenuar 
os desníveis de renda

  Fazenda Bonanza - Ortigueira - PR

   Usina Presidente Vargas - Telêmaco Borba - PR


    Usina Mauá -Telêmaco Borba - PR


          Os municípios no Médio Tibagi são os que menos cresceram economicamente em todo o curso do rio, à exceção de Telêmaco Borba. Mas o fator da exceção, a Indústria Klabin, será também o de melhoria de renda nas outras comunidades, pelo que distribuirá a fábrica de celulose a ser implantada em Ortigueira.
           Em 9 de maio passado, o Governo do Estado e a Klabin reafirmaram que a construção da nova fábrica terá o início em 2013, para ficar pronta em 2015. Ocupará 8.500 trabalhadores durante a construção e dará 1.400 empregos fixos quando começar a produzir, com a previsão de 1,5 milhão de toneladas de celulose/ano. O investimento será de R$ 6,8 bilhões.
          Por um método diferente, 50% do ICMS que a indústria em Ortigueira gerar serão distribuídos em partes iguais aos 12 municípios fornecedores de matéria-prima. É o contrário da concentração em Telêmaco Borba, sede da empresa hoje. “Não faz sentido ter um município quase rico e muitos outros pobres em volta, é uma insensatez, herança do Brasil antigo”, disse Fábio Schvarstman, presidente da Klabin
          Em Ortigueira, que já compartilha os royalties pagos pela Hidrelétrica Mauá, a expectativa é de que a indústria contribua para “melhorar muito a  cidade, além dos empregos que oferecerá”, diz a prefeita, Lourdes Bannach. O município já mantém cursos profissionalizantes, observa Lourdes, indicando que terá gente habilitada para concorrer aos empregos da futura indústria.
           Grandes distâncias e orçamento curto impõem a Ortigueira dificuldades enormes, ainda que haja o acréscimo de R$ 2 milhões anuais pagos pela hidrelétrica. “Os royalties ainda estão muito poucos, essa usina reassentou muitas famílias e agora temos de conservar as estradas”, expõe a Prefeita. “Tivemos de abrir várias linhas de alunos que antes não tínhamos. Então, esses royalties, um tanto deles, é para cobrir este valor.” Quando Lurdes deu a entrevista, a Câmara Municipal ainda não havia autorizado a compra de máquinas, “infelizmente a agente vai ter de locar,  tenho só duas patrolas para atender toda essa área”.  
          Pelo censo do IBGE em 2010, das 17.100 pessoas economicamente ativas em Ortigueira 11.600 estavam ocupadas, mais da metade na agropecuária. A renda per capita atingiu naquele ano R$ 11.700, pouco acima de 50% da média paranaense. Segundo a Prefeita, há 4.700 famílias cadastradas no programa Bolsa Família, das quais 2.770 recebem o benefício.
         
Mauá, um nome
em dois lugares


          Construída entre 2009 a 2012, a Hidrelétrica Mauá se denomina em homenagem a Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá (1813-1889), maior empreendedor brasileiro no tempo do Império. Inaugurou em 1854 a primeira ferrovia no Brasil, a Rio-Petrópolis, e suas  iniciativas abrangeram diversos setores, por vezes associado a estrangeiros.
          A exploração do Vale do Tibagi por Thomas Bigg-Wither, em 1874, foi patrocinado por uma das empresas do Visconde de Mauá.
          Salto Mauá é onde a Klabin construiu a Hidrelétrica Getúlio Vargas, inaugurada solenemente pelo próprio Getúlio em 1953. Ampliada recentemente, faz parte do empreendimento que começou em 1934 na Fazenda Monte Alegre e se transformou na maior fábrica de papéis do Brasil e uma das 10 maiores integradas de papel e celulose do mundo atualmente.  Cessou a produção de papel-jornal em 2003, desde que fora a pioneira em 1947, quando o Brasil dependia de importações.
          Voltando-se para as novas necessidades de mercado, a Klabin se renovou constantemente e concluiu a maior expansão em 2008. Conforme a empresa, a ampliação da fábrica e da hidrelétrica em Telêmaco Borba envolveu 21 mil profissionais, com investimentos de R$ 2,2 bilhões,  R$ 300 milhões em meio ambiente.  A indústria dobrou a produção de papel cartão e elevou para 70% a geração própria de energia.


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