sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cartilha Copati
 Debate - Repórter da História Rio Tibagi


Wilson Oliveira, Marcelo Canhada, Amarildo Lopes, Viviani Costa, Widson Schwartz, 
Marcos Alburquerque, Jackeline Evangelista e Caximbo.

Amarildo Lopes
Diretor Geral Rádio CBN Londrina
 Ayrton Procópio dos Santos (Caximbo)
Fotógrafo
 Widson Schwartz
Jornalista e Pesquisador
 Janderson Marcelo Canhada
Diretor Copati
 Wilson Oliveira
Diretor do Jornal Diário dos Campos
Marcos Albuquerque
Guia da expedição
Cidade de Tibagi
Fotos Caximbo

O Tibagi e o mundo
paranaense das águas - Widson Schwartz



          A hidrografia paranaense é a segunda mais rica do Brasil, a primeira é a bacia do Amazonas. No Paraná, os rios estão em todos os quadrantes e a soma das bacias iguala-se à superfície estadual, aproximadamente 200 mil quilômetros quadrados.
          Desse mundo de águas faz parte o Tibagi, um dos três grandes rios completamente no interior do Estado e o segundo mais extenso, 550 quilômetros. E nenhum outro é tão encantador. No “grande cenário de montanhas e florestas, o Tibagi é feroz e belo como o próprio Éden”, anotou Thomas Bigg-Wither em 1874.
          Bigg-Whiter encontrou o rio na quase plenitude. Com o passar do tempo, as intervenções do homem alteraram panoramas e poluíram a água. Mas, justamente pela ferocidade, o Tibagi mantém belezas. A sua reserva de energia, que impõe a construção de hidrelétricas, é um tema da atualidade.
          No Estado do Paraná, as bacias maiores são duas: a do leste, em que os rios correm para o Oceano Atlântico, e a do rio Paraná, a oeste. Uma macrobacia do Paraná, da qual o Tibagi faz parte.
          Segundo maior rio da América do Sul, o Paraná nasce da junção do Paranaíba e o Grande, na divisa entre Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Conforme a interpretação mais recente e oficializada, o rio Paraná tem aproximadamente três mil quilômetros de extensão, passa pelo Estado homônimo e termina no estuário do rio da Prata, do qual é o maior formador, na Argentina. Há os registros anteriores, com a extensão variando de 4.300 e 4.600 quilômetros. E até 4.880 pela inclusão do Paranaíba, conforme a Itaipu Binacional.
            A Região Hidrogrfica do Paraná abrange 879.860 km² no Brasil, uma das áreas de maior desenvolvimento econômico, concentrando um terço da população do país. Uma realidade que parece materializar a ficção lobatiana, um tanto profética.      
        No romance futurista que Monteiro Lobato escreveu em 1926, os Estados Unidos teriam o primeiro presidente negro só em 2.228. E o Brasil estaria dividido em dois países: um deles “o centralizador de toda a grandeza sul-americana, filho (…) do imenso foco industrial às margens do rio Paraná”. Ao sul e ao sudeste do Brasil haviam-se incorporado a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. Formara-se a “Grande República do Paraná”, graças à energia do rio.
             Da ficção à realidade, Brasil e Paraguai construíram a hidrelétrica de Itaipu em 1980, então a maior do mundo, no rio Paraná; e os Esatdos Unidos elegeram o seu presidente negro, Barack Obama, em 2008.       
              O rio Paraná tem 400 quilômetros no Estado do Paraná, estabelecendo a divisa com Mato Grosso do Sul e a fronteira com o Paraguai. E é no trecho paranaense que se torna mais impressionante. A partir do ponto em que recebe o Paranapanema, o Paraná tem muitas ilhas e se alarga, de três a quatro km para 12 a 14 km no trecho entre Porto Camargo e a foz do  Piquiri. A constatação é do geólogo Reinhard Maack, autor da “Geografia Física do Estado do Paraná”, publicação fundamental.
            Mas o trabalho de Maack é anterior à construção da hidrelétrica de Itaipu, que causou alterações no curso do rio. O represamento fez desaparecer Sete Quedas, em Guaíra, “uma das maiores cachoeiras do mundo”, comparou Maack. No canal de 60 a 80 metros de largura ao longo de 54 quilômetros, a vazão em Guaíra chegava a 70 mil metros cúbicos por segundo.
             As bacias dos rios paranaenses que correm para o leste, indo desembocar no oceano, totalizam 14 mil e 600  quilômetros quadrados. Constituem a bacia do Oceano Atlântico. Os rios que correm para oeste formam a bacia do rio Paraná, que abrange  mais de 80% da superfície estadual. Com 186,3 mil quilômetros quadrados no Estado, a macrobacia se compõe de oito bacias principais: Iguaçu, Paranapanema, Itararé, Cinzas e Laranjinha em conjunto, Pirapó, Piquiri, Ivaí e Tibagi. Relacionam-se também pequenas bacias.
          O Itararé e o Paranapanema nascem no Estado de São Paulo e fazem divisa com o norte do Paraná. O Iguaçu tem as nascentes na Serra do Mar, se faz notável já nas cercanias de Curitiba e por um trecho menor se divide com o Estado de Santa Catarina. Portanto, são tês rios de divisa.
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